domingo, 6 de julho de 2008

Arquitetando, apenas...

Estou iniciando a vida de blogger.

Essas são as primeiras incursões: testando fontes, analisando formatação, brincando com as ferramentas. Não há muita diferença de quando aprendi a operar as tradicionais ferramentas para o desenho à mão: colocar o papel na prancheta esticando-o sem deixar bolhas, limpar a régua e os esquadros, escolher o grafite apropriado e a borracha mole...

Dadas as devidas distâncias cronológicas e dos meios gráficos, lembrei-me do meu primeiro dia de aula no atelier de desenho da Faculdade de Arquitetura. Tudo era novidade.
Além da escrita com as letras, ali eu aprendi a me comunicar de outra maneira: por meio do desenho. Desde pequena desenhava muito, mas nada ia além do papel, da representação bidimensional e da gaveta da minha mesa. Apenas eu e minha mãe conheciam os meus desenhos, ninguém mais via. Eu guardava tudo.

No atelier de desenho da faculdade, eu aprendi que as minhas criações sairiam do mundo platônico, seriam transcritas para o papel, com o auxílio da Geometria Descritiva e depois poderiam ser entendidas por alguém e até construídas. Isso foi fantástico. Era uma sensação de super heroína, dessas escritas nos quadrinhos.

Muito tempo passou e eu continuei desenhando com aquelas mesmas ferramentas aprendidas na faculdade. Foram criados os programas de desenho em computador e utilizei muitos deles, sem, contudo, abandonar o lápis preto, os coloridos e os blocos de desenho.

Naquele tempo, dos meus primórdios nas incursões arquitetônicas, eu achava que o meu estojo de lápis era tão fundamental quanto uma escova de dentes, um fio dental, um termômetro, uma aspirina e até, quem sabe, quanto o ar que respiramos.

Ficava extremamente aliviada, quando numa reunião informal qualquer, num bate-papo, alguém não sabia expressar alguma idéia e me pedia para ajudar: tirava o bloco e o estojo de lápis da bolsa e tal e qual uma feiticeira, materializava as idéias pelo desenho.

O mais interessante é que ainda penso assim. Não sei andar sem um estojo de lápis e um bloco de desenho, mesmo que fiquem na pasta, ao lado do notebook, que também se tornou fundamental e imprescindível nos dias de hoje. Sei que para utilizar o lápis e o bloco não precisa de energia elétrica, nem bateria, nem wireless ou internet. Basta a nossa mão.

Nenhum comentário: